É preciso falar sobre saúde pública. E um tema muito delicado que permeia essa agenda tão urgente é o aumento exacerbado no número de suicídios, não só no Brasil, como em todo o mundo. O ato de tirar a própria vida, de acordo com a Organização Mundial da Saúde, atingiu taxas mais altas do que mortes ocasionadas por doenças graves como câncer de mama, malária, HIV e até homicídios e guerras.
De acordo com dados recentes da Secretaria de Vigilância em Saúde divulgados pelo Ministério da Saúde, entre 2016 e 2022, os índices, em relação a suicídios cometidos por adolescentes de 15 a 19 anos, aumentaram 49,3%. As pesquisas demonstram que os valores chegaram a 6,6 por 100 mil. Já em relação a adolescentes com idades entre 10 e 14 anos, a variação é de 1,33 por 100 mil.
Entre pessoas com faixa etária entre 15 e 29 anos, o suicídio foi apontado como a quarta maior causa de morte, ficando atrás somente de acidentes no trânsito, tuberculose e violência interpessoal. No país, 12,6% por cada 100 mil homens e 5,4% por cada 100 mil mulheres tiram a própria vida.
Em dados gerais, de acordo com números comunicados pela Organização Mundial da Saúde em 2019, mais de 700 mil suicídios já foram registrados em todo o mundo. Apenas no Brasil, a contagem de casos ultrapassa 14 mil, com uma média de 38 pessoas em um único dia.
Vale ressaltar que todos os dados citados acima são frutos de pesquisas e estudos. Ou seja, são números demonstrados a partir de casos solucionados, que foram devidamente caracterizados como suicídio. A reflexão gerada acerca disso é que há um alto índice de subnotificação quando se trata do tema, tendo em vista que diariamente ocorrem casos que não são solucionados ou, sequer, registrados. Calcula-se que o número de casos de suicídios no planeta Terra, caso não houvesse a subnotificação, já teria ultrapassado 1 milhão.
Se precisar, peça ajuda!
Setembro foi escolhido como o mês para serem intensificadas as campanhas e ações em torno da importância de abordar o suicídio, embora, o ideal é que a pauta seja relembrada sempre que possível.
Apesar de as campanhas serem excelentes instrumentos capazes de gerar reflexão e movimentar a sociedade em prol de uma causa, é importante ressaltar também a importância de observar a pessoa que está ao seu redor, no sentido de notar sinais, oferecer ajuda, ter sensibilidade ao ouvir alguém e, mais do que isso, enxergar o outro com olhos de amor.
Muitos dos casos de suicídio seriam evitados se o indivíduo tivesse o devido acolhimento, amparo, tratamento e acompanhamento. Uma pessoa quando decide tirar a própria vida, muitas vezes se vê sem alternativas, com pensamentos negativos. Se enxerga em um beco sem saída, como se a vida fosse uma luta perdida.
Por isso é tão importante que as pessoas estejam abertas ao diálogo, se preocupem e auxiliem a pessoa que está com tendência a cometer o ato a buscar ajuda profissional, com médicos especialistas como psicólogos, psiquiatras, assistentes sociais e afins.
Lembre-se, você NÃO está sozinho! Não hesite em pedir ajuda. Ligue 188 (Centro de Valorização da Vida) em caso de emergência.